quarta-feira, 20 de julho de 2011

Por que nos lembramos de alguns sonhos mas de outros, não?


Porque o mesmo mecanismo do cérebro que controla o que lembramos e o que esquecemos enquanto estamos acordados também faz essa função durante o sono.
Às vezes você acorda e o sonho que acabou de ter parecia tão real que você demora um pouco para perceber que ele não aconteceu de verdade. Outras vezes, porém, semanas e até meses se passam sem que você consiga se lembrar de um único sonho. Porque isso acontece?

É o que afirma Luigi De Gennaro, na Universidade de Roma, na Itália, e sua equipe, que usaram um eletroencefalograma (EEG) para monitorar a atividade cerebral de estudantes enquanto eles dormiam.
A equipe monitorou 65 alunos: 30 que habitualmente acordam duante a fase do sono dos movimento rápido dos olhos (REM), e 35 estudantes que costumam se despertar no estágio 2 do sono não-REM. Cerca de dois terços de ambos grupos relembraram os sonhos durante o estudo.
Aqueles que acordaram durante o sono REM e conseguiram recordar seus sonhos eram mais propensos a demonstrar um padrão de oscilações no encefalograma – chamadas de ondas-teta – nas áreas do córtex frontal e pré-frontal.
Essas são as partes do cérebro onde ocorre o nosso pensamento mais avançado. “As oscilações de EEG e as regiões corticais envolvidas são as mesmas importantes para recordar memórias em indivíduos acordados”, explica De Gennaro.
Dentre as pessoas que acordaram durante o sono não-REM, aqueles que se lembraram de seus sonhos tinham padrões de atividade das ondas alfa no lobo temporal direito – envolvidos no reconhecimento de eventos emocionais – que se assemelhavam à atividade conhecida por ser essencial para a memória quando acordado.
O resultado é que, mesmo quando estamos dormindo, as mesmas partes do nosso cérebro estão em estado de alerta para que consigamos nos lembrar das coisas. Os eventos são frequentemente carregadas de emoção e nosso cérebro o considera importante o suficiente para nos lembrarmos dele, não importando se estamos acordados ou não.
De Gennero diz que os resultados são a primeira evidência fisiológica de que as memórias são armazenadas da mesma forma e no mesmo lugar, seja acordado, seja dormindo.”Estes resultados são semelhantes aos padrões conhecidos de EEG na memória de vigília, sugerindo um continuo processos cerebrais ao longo do ciclo vigília-sono”, diz Michael Czisch, que estuda o sono no Instituto Max Planck de Psiquiatria, em Munique, Alemanha.

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