sábado, 30 de abril de 2011

O Mundo Gira, A Lusitana Roda…


UM FILME MUITO DO INZONEIRO.
Nas últimas duas semanas mais de 2 milhões de brasileiros saíram orgulhosos do cinema. O motivo é “Rio”, animação de Carlos Saldanha que estreou em 150 países.
Não é para menos. O filme é uma linda homenagem ao Rio de Janeiro e chega para coroar nossa ótima fase de queridinho do planeta. É Copa, é Olimpíadas, é cenário de filme, é palco para shows internacionais, é mercado para atores estrangeiros… É o país do futuro, enfim, tornando-se o país do presente.

Saldanha – que mora nos Estados Unidos há quase 20 anos – é o brasileiro que deu certo. Depois de ficar famoso em Hollywood com a série “A Era do Gelo”, realiza o sonho antigo de mostrar os encantos cariocas para o resto do mundo.
Nas inúmeras entrevistas concedidas para divulgar seu trabalho, Saldanha revelou que todas as vezes que vinha ao Brasil lia reportagens sobre pinguins que chegavam à costa brasileira ou sobre tráfico de aves exóticas.
Como sempre teve interesse por temas ecológicos, começou a colecionar essas histórias. Mas, enquanto maturava a ideia, surgiram vários filmes com pinguins e ele teve de mudar o personagem principal. Daí a opção pela ararinha-azul.
“Rio” parte da história de duas ararinhas-azuis para falar sobre o tráfico de aves exóticas e mau-trato animal.
Blu e Jade nunca se viram. Ele mora em Minnesota desde que foi capturado ainda filhote na Floresta da Tijuca e ela vive no Rio de Janeiro. Eles precisam se acasalar porque são os últimos exemplares da espécie.
Nos Estados Unidos, as ararinhas têm as vozes de Jesse Eisenberg (o garoto de “A Rede Social”) e de Anne Hattaway (“O Diabo Veste Prada”).
Enquanto espetáculo visual e representação do espírito brasileiro, o filme de Saldanha é perfeito. É emocionante contemplar numa animação em 3D o Cristo Redentor, o Pão de Açúcar, a Vista Chinesa, os Arcos da Lapa, o bondinho de Santa Teresa e a Marquês de Sapucaí. De arrepiar mesmo.
Além disso, estão presentes todos os elementos que definem nossa “identidade nacional”, como a paixão pelo futebol, o Carnaval, a alegria, mas também a malandragem, a miséria dos morros e a infância sem perspectiva.
A produção tem o mérito de mostrar as duas faces do Rio – nem tanto ao mar do Leblon, nem tanto às balas perdidas.
Mas enquanto diversão, “Rio” só entretém nos 20 minutos iniciais. Após uma abertura deliciosa, cheia de som e fúria, o que se vê é uma história que renderia um bom curta, não um longa-metragem. Os conflitos são tão envolventes quanto a trama de uma gaze.
“Rio” tem poucas cenas apoteóticas. Uma delas é tascar um “Say You, Say Me”, de Lionel Ritchie, logo que o casal de ararinhas-azuis troca o primeiro olhar. Um tiro.
A dica para encarar “Rio” sem sentir o comichão de sair da sala é apreciar a paisagem e curtir a trilha sonora – que ficou a cargo de Sérgio Mendes. O músico convidou amigos como Will.i.am (do “Black Eyed Peas”), Carlinhos Brown e até Jamie Foxx (o eterno Ray Charles).
Uma coisa é certa: o Rio de Janeiro continua lindo.

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