domingo, 10 de junho de 2012

Especial religião 12: BUDISMO

A CRIAÇÃO
Não há um deus criador no budismo, a religião não se inicia no começo dos tempos, mas com o despertar de Buda. O universo tal como é simplesmente sempre foi assim “desde o tempo sem início”.
O budismo considera todas as coisas como fenômenos. E nenhum fenômeno possui natureza imutável ou independente. É isso o que expressa o conceito de KUU (shunya ou shunyata, em sânscrito), comumente traduzido como vácuo, vazio, não-substancialidade, latência ou nada.
O conceito budista de kuu está associado a outro chamado de origem dependente, isto é, de que todos os fenômenos ou entidades ocorrem somente por meio do relacionamento com outros e, conseqüentemente, não possuem uma natureza isolada nem existem por si só.

Portanto, a verdadeira natureza de todos os fenômenos é a da não-substancialidade e, estes, não podem ser definidos somente sob a ótica dos conceitos de existência e inexistência.
A síntese da cosmovisão budista, é o das três marcas da existência: a insatisfação (Dukkha), a impermanência (Anicca) e a ausência de um “eu” independente (Anatta).
Aos olhos do Buddha, o mundo nada mais é que samsara – o ciclo de repetidos nascimentos e mortes. Para Ele, o começo e o fim do mundo estão no samsara. Uma vez que elementos e energias são relativos e interdependentes, não tem sentido especificar qualquer coisa como sendo o início. Seja qual for a especulação que fizermos sobre a origem do mundo, não haverá uma verdade absoluta nesse nosso conceito.
‘Infinito é o céu, infinito é o número de seres,
Infinitos são os mundos no vasto universo,
Infinito em sabedoria o Buddha ensina assim,
Infinitas são as virtudes Dele que assim ensina’. (Sri Ramachandra)

O FIM
A teoria budista mais próxima desta questão “Fim do Mundo” é chamada de Era Mappou. Map(matsu) significa final ou término e po(hou) Dharma, ou seja o budismo não se atem ao fim do mundo como matéria, mais sim, em relação ao mundo e seus seres como distantes da Lei Universal (Dharma, conteúdo da iluminação), à uma era caracterizada pelo crepúsculo do Dharma, onde os ensinamentos, sua prática e efeitos se ocultariam devido à ignorância dos seres quanto a Lei Universal.
Até mesmo esta Era Mappou pode ser considerada um tipo de profecia em relação à teoria dos tempos. Porém, como as características desta era vêm mais o âmbito da hipótese para a realidade.
Referindo-se ao fim do mundo como matéria que inclui seus viventes, o budismo cita o Ciclo dos 4 kou (quatro kalpas – medida de tempo budista – de transformação) ou seja: Formação, Vida, Destruição e Vacuidade (Jyoukou, Jyuukou, Ekou, kuugou). A teoria é baseada no fato de que toda matéria se transforma e a terra, como uma dessas , também sofre transformações, porém, após o período da vacuidade, como o nome já diz “ciclo” tudo se refaz, não tendo assim o mundo e universo como algo infinito, mas contínuo e eterno.
Para compreendermos melhor explicarei o trecho da mais importante escritura de Nitiren Shounin que é o Nyorai Metsugo Gogohyakusaishi Kanjin Honzonsho (A Quintessência da Imagem Sagrada do Início do Quinto Qüingentésimo Ano do Regresso de Buda ao Estado Primordial).
Neste trecho “Ima honji ni shaba sekai wa sansai o hanare shikou o idetaru jyoujuu no jyoudo nari” da escritura, o Mestre Nitiren cita os quatro kalpas de transformação dentro de um conceito atemporal, onde a intersecção entre os mundos temporal (Shaba, onde vivemos) e o atemporal (JyakouJyoudo, Terra Pura) representa o verdadeiro mundo que vivemos. Portanto, nem o fim do mundo e nem a eternidade da Terra Pura podem ser alvos de cobiça, se não a vivência e esforço neste próprio Mundo finito e infinito, em que o próprio Buda Primordial vive, sempre realizando suas conversões (16º Cap. St. Lótus) através da prática da fé Namu~kyou e fazendo com que estes mundos se contraponham cada vez mais, alem da linha de intersecção, até que se reconheça sua unicidade. (ShabassokuJyakkou). Este será o trabalho da fé designado a cada um de nós unidos pelo Veraz Dharma nos deixado como quintessência o Namumyouhourenguekyou, que condiz e é adequado a era Mappou a qual vivemos. Portanto, estamos salvos do fim e prontos para todos os dias e a todo instante recomeçar.

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