segunda-feira, 28 de maio de 2012

Especial religião 10: CHINESA


A CRIAÇÃO
Uma característica original da cultura chinesa é a aparição relativamente tardia na literatura chinesa de mitos envolvendo a criação. Aqueles que existem, aparecem bem depois da fundação do Confucionismo, do Taoísmo, e de religiões populares. As histórias têm diversas versões, não raro opostas entre si, com a criação dos primeiros seres humanos sendo atribuída a Shangdi, ao Céu, a Nu Kua, a Pan Ku ou Yu Huang. As versões mais comuns da história da criação são as seguintes, em ordem cronológica aproximada:

Shangdi , aparecendo na literatura em aproximadamente 700 a.C, ou antes, (a datação destas ocorrências depende da data do Shujing). Não há narrativas orientadas no sentido de dar a Shangdi a autoria da “criação”, embora o papel de criador seja uma interpretação possível. Embora Shangdi pareça ter os atributos de uma “pessoa”, referências a ele como o criador não são explicitadas até a Dinastia Han.
Tian (ou Céu), aparecendo na literatura em cerca de 700 a.C, ou antes (a datação destas ocorrências depende da data do Shujing). Igualmente, não há um papel de criador para o Céu, embora essa interpretação seja possível. As qualidades do Céu e de Shangdi parecem se fundir em uma literatura posterior (sendo, por isso, adorados como uma entidade única, por exemplo, no Templo do Céu em Pequim). A extensão da distinção (se houver alguma) entre eles é debatida.
Nu Kua , aparecendo na literatura não antes de 350 a.C, diz-se que recriou ou criou a humanidade. Seu companheiro — irmão e marido — era Fu Xi . Estes dois seres às vezes são adorados como os primeiros antepassados dos seres humanos. Eles são muitas vezes representados como criaturas metade-serpente, metade-humanas. Nüwa também foi a responsável por consertar o céu depois que Gong Gong danificou uma das colunas que suportam o céu.
Há muito tempo atrás houve um grande dilúvio e os únicos sobreviventes foram Nu Kua e Fu Xi. Quando as águas baixaram, eles se transformaram num casal de serpentes de cabeça humana. Seus filhos foram as plantas e animais do mundo. Em outro boato diz-se que Nu Wa formou as pessoas com bolas de lama.
Pan Ku , aparecendo na literatura não antes de 200 a.C, foi o primeiro ser consciente e criador. No começo não havia nada além do Caos. Fora desse Caos um ovo foi chocado por 18 mil anos. Quando as forças do Yin yang igualaram-se, Pan Ku emergiu do ovo e empreendeu a tarefa de criar o mundo. Ele separou o Yin Yang com um golpe de seu machado. O Yang, mais pesado, afundou e transformou-se na Terra, enquanto o Yin, mais leve, elevou-se para formar os céus. Pan Ku ficou entre eles e empurrou o céu. Ao fim de 18 mil anos, Pan Ku descansou. Sua respiração tornou-se o vento, sua voz o trovão, o olho esquerdo o Sol e o direito a Lua. Seu corpo transformou-se nas montanhas e extremos do mundo, seu sangue formou os rios, seus músculos as terras férteis, sua barba as estrelas e a Via-Láctea, sua pele os arbustos e as florestas, seus ossos os minerais preciosos, sua medula diamantes sagrados, seu suor caiu como chuva e as pequenas criaturas em seu corpo (em algumas versões, pulgas), carregadas pelo vento, tornaram-se os seres humanos sobre todo o mundo.
Yu Huang , ou Imperador de Jade), incluindo representações como Yuanshi Tianzun, Huangtian Shangdi, aparece na literatura bem depois do estabelecimento do Taoísmo na China.
Como ficaria extenso demais, relatar a história de cada versão, foi resumido e exibidos abaixo os principais conceitos:
A criação explica-se através do yin e do yang, energias que se fundem para criar o Universo.
O yang é uma energia masculina, ativa, clara e ímpar; o yin é considerado o princípio feminino, em repouso, escuro e par. São representados pelas metades preta e branca de um círculo e constituem todos os aspetos da vida. No Universo, estas energias podem estar em expansão e diluírem-se, ou, pelo contrário, aproximarem-se e concentrarem-se. São simbolizadas por dois traços: contínuo para o yang, descontínuo para o yin.
Existem dois tipos de lendas sobre a origem do mundo:
- sobre a abertura do céu e da terra, e a formação do mundo e todas as coisas;
- sobre a origem dos humanos, incluindo a origem das etnias.
As lendas sobre a abertura do céu (Yang) e da terra (Yin) são divididas em três tipos:
- um ou vários deuses criaram o mundo;
- um gigante que se transforma em todas as coisas do mundo;
- o mundo nascendo da transformação da natureza.
Diversas etnias têm suas lendas sobre a origem do mundo. Na mitologia Han, é um gigante chamado Pan Gu quem cria o mundo. Depois, surgem os primeiros senhores do Céu e da Terra, cada um dando o seu contributo ao Homem. Os principais são:
- Nü Wa (Mãe da Humanidade), deusa que criou o homem e as regras de casamento.
- Fu Hsi (ou Pao Hsi) (Pai da Escrita), mítico primeiro imperador da China. É reputado por ser o inventor da escrita, da pesca e da caça.
- Shen Nong (ou Tian Zu) (Divino Lavrador), a lenda diz que o deus Jiang Shen Nong foi imperador na antiguidade. Inventou a agricultura e a medicina. É normalmente representado por dois cornos, que simbolizam a sabedoria.
Mais tarde, surge na mitologia chinesa o Imperador de Jade, chamado também de “Imperador do Céu”, que é o deus mais supremo no budismo e no taoismo, e tem controle sobre todos os deuses dos três mundos: o mundo humano, o mundo celestial e o mundo subterrâneo.
Segundo a mitologia chinesa da criação, nos seus princípios o universo era um caos na forma de um imenso ovo cósmico. Ao cabo de 18.000 anos, da parte superior do ovo – Yang – resultou o Céu e da parte inferior – Yin – resultou a Terra. Estes dois pólos cósmicos simbolizam também, tanto a origem como a essência de todas as coisas.
De acordo com a lenda, destes dois pólos saiu Pan Ku (Pan Gu), que depois de ter passado por nove metamorfoses, adquiriu as qualidades divinas e sábias do Céu e da Terra. Passados mais 18.000 anos surgiu a trindade composta pelo Céu, Terra e Homem, ( as três esferas do pensamento chinês) que viriam a estar mais tarde na origem dos três monarcas da sua mitologia. Há quem entenda por monarcas simples regentes, outros dinastias ou casas reais.
De acordo com a mitologia chinesa Pan Ku (Pan Gu) tinha a figura de um anão. Depois da sua morte o seu olho esquerdo transformou-se no Sol e o direito na Lua. Dos seus cabelos vieram a resultar as estrelas e do resto do corpo elementos da Terra. Da sua respiração veio o vento.
Mas há outras versões míticas para o que aconteceu depois da sua morte. E então temos que da sua cabeça resultaram as quatro montanhas sagradas, do seu sangue os mares e os rios, o seu cabelo transformou-se em ervas e árvores, o seu suor em chuva e a sua voz em trovões. As pulgas que viviam no seu corpo estiveram na origem dos antepassados da raça humana.
Já outra vertente bastante aceita na mitologia chinesa atribui a criação da raça humana à solidão da deusa Nu Wa, que ao perceber sua sombra sob as ondas de um rio, resolveu criar seres à sua semelhança.

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